Isso acontece no esporte, na arte, em uma família ou em qualquer atividade que realizamos, pois quanto mais liberdade e confiança uma pessoa tiver, maior a probabilidade de ela fazer a diferença. Por exemplo, um jogador de futebol que tem orientações muito precisas e que é penalizado por seu técnico toda vez que tenta algo novo, dificilmente fará uma jogada inesquecível.
O mesmo ocorre com as empresas na era da IA Generativa. Quanto menor for a margem de manobra dos líderes e colaboradores, mais difícil será aproveitar todo o valor que essa tecnologia tem a oferecer.
Especificamente, existem dois modelos de culturas organizacionais. De um lado, temos a cultura de assumir riscos, que considera o erro como parte do processo de inovação e aprendizado. Do outro, as estruturas mais tradicionalistas, cautelosas, protetoras e mais hierárquicas.
Ambas têm um ponto em comum: terão de se adaptar a essa nova realidade. Atualmente, estamos no início do que será uma das maiores transformações no mundo empresarial. Essa constatação foi comprovada em nosso relatório GenAI 2025, no qual 98% dos 2.300 entrevistados (em 12 setores e 34 mercados) estão investindo em GenAI, quase dois terços em um nível significativo, e 84% dos entrevistados aumentaram o orçamento de TI (37% de maneira significativa).
No entanto, as empresas que seguem o primeiro modelo têm uma vantagem e certamente alcançarão resultados positivos com o uso da IA Generativa de forma muito mais rápida do que as outras.
Um exemplo claro é a MASORANGE, a segunda maior operadora de telecomunicações da Espanha. A empresa, com o apoio da NTT DATA, implementou soluções de IA Generativa para aumentar a produtividade interna, obtendo uma redução de 55% no tempo dedicado a tarefas repetitivas, com um retorno sobre o investimento (ROI) de mais de 100% e uma taxa de adoção de 80% entre seus colaboradores. Um caso que demonstra como a adoção precoce da GenAI pode se traduzir rapidamente em resultados concretos.
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Isso se deve a uma combinação de fatores. Em primeiro lugar, elas tendem a ter um senso de colaboração mais desenvolvido e a promover e incentivar valores como curiosidade, experimentação, tentativa e erro. Como resultado, elas se adaptam mais rapidamente às mudanças e são mais resilientes em circunstâncias adversas.
Essas são exatamente as condições ideais para navegar com sucesso em um cenário de mudanças como o proposto pela IA Generativa e suas evoluções iminentes, como os agentes inteligentes (Agentic AI), que certamente se consolidarão como prioridade na agenda dos líderes em 2025, e a IA Geral (AGI) que está cada vez mais próxima.
Nos próximos anos, em consonância com tudo o que está acontecendo e para capacitar as organizações com uma cultura baseada em inovação e experimentação, veremos uma renovação da liderança, com predominância de líderes com mentes tecnológicas nativas.
Portanto, o desafio da IA Generativa não implica necessariamente em uma reconfiguração da cultura organizacional a partir do zero, embora seja um alerta para as empresas que têm medo de tentar e falhar.
Diante de uma disrupção tão significativa, não se trata de avançar sem avaliar os riscos, mas sim de avançar com consciência. A verdadeira inovação exige uma visão informada, conectada à realidade de nossos clientes e da sociedade. E, nesse processo, é fundamental não perder de vista o essencial: construir o hoje com inteligência e objetividade para estar preparado e aproveitar ativamente as oportunidades que já estão surgindo.