As empresas de telecomunicações devem acelerar o investimento em IA e automação em até 50% em 2025
- De acordo com a projeção de 75% das empresas de telecomunicações, o investimento em IA e automação deve continuar crescendo: 45,5% esperam aumentar de 16 a 30%, enquanto 9,1% esperam aumentar em mais de 50%
- Segundo 72,7% dos entrevistados, o crescimento no segmento B2B não atendeu às expectativas de sua organização nos anos anteriores, no entanto, aproximadamente 50% acreditam em um crescimento superior a 25% de seus negócios até 2028
O setor de telecomunicações não vai escapar da onda da inteligência artificial. De acordo com a projeção de 75% das empresas de telecomunicações, haverá uma aceleração maior nos investimentos em IA e automação em 2025 em relação aos anos anteriores, com um aumento médio de 16 a 30%. De fato, 9,1% esperam que essa aceleração seja superior a 50%. Essa é a principal conclusão do estudo “A ponte para o próximo ecossistema de telecomunicações: desafios e prioridades”, realizado pela NTT DATA, em conjunto com a MIT Technology Review, por meio de entrevistas com clientes, operadoras de comunicações e organizações do ecossistema de telecomunicações na Espanha, em Portugal e em diferentes países da América Latina. De acordo com o relatório, a abordagem estratégica das empresas do setor para a integração da IA apresenta algumas disparidades: 25% optaram por se concentrar em casos de uso identificados, enquanto 33,3% adotaram uma abordagem transversal para transformar toda a empresa. Outro terço optou por combinar os dois cursos de ação, permitindo a transformação tecnológica de toda a organização e aplicando a IA de forma eficaz em casos de uso prático.
Jesús Martín Tello, partner de Telecom & Mídia da NTT DATA, destaca que “em um momento em que a relação entre eficiência e monetização criou um conflito, a inteligência artificial chegou no momento perfeito para acalmar a situação. Essa tecnologia ajuda as operadoras a sair de uma situação forçada que estava sem solução”. "No final, isso serve como uma esperança para as operadoras continuarem simplificando os processos e, ao mesmo tempo, criando valor para o cliente, fazendo com que eles percebam isso. Essa é a importância da IA para esse setor”, diz Martín Tello.
As barreiras: falta de talento e retorno sobre o investimento
Em um ano em que todos os especialistas previram o boom mais importante da IA para todos os setores industriais do mundo, o ecossistema de telecomunicações está avançando na adoção e implementação de processos de automação. Mas não sem antes encontrar barreiras diretamente relacionadas ao desenvolvimento e ao uso de tecnologias: o próprio talento. As principais preocupações das empresas de telecomunicações estão relacionadas aos recursos humanos necessários para o uso maciço de IA nos processos, seguidos também pelo retorno sobre o investimento.
Por isso, a aquisição de talentos se tornou uma grande barreira para o setor. Entre os motivos estão a escassez de perfis com conhecimentos específicos no campo da IA ou a dificuldade de atrair esses profissionais para as empresas de telecomunicações, em um ecossistema hipercompetitivo como o digital, no qual os esforços para ter os melhores talentos são cada vez mais notórios.
Por outro lado, falando de ROI, um em cada cinco entrevistados não está satisfeito com o ROI da aplicação da IA Generativa, enquanto outro quinto não teve um retorno consistente, apresentando diferenças no escopo da aplicação. Mas o setor está otimista, com os 60% restantes dos entrevistados que registraram os melhores retornos da aplicação da IA, com destaque para a simplificação do atendimento ao cliente, a redução dos tempos de resposta, a otimização das operações e a implementação de soluções do tipo 'no-code'.
"Estamos em um momento importante para o setor de telecomunicações na América Latina, que está dobrando a aposta na Inteligência Artificial. As empresas de telecomunicações veem em sua aplicação uma alavanca para resolver muitos de seus desafios na captação de mais receitas, monetizando maior valor para fornecer ao cliente e reduzindo os custos operacionais”, disse David Cajas Carreras Head de Telco, Media & Technology da NTT DATA Iberia & LATAM.
Um modelo empresarial mais complexo: desafios do B2B
O segmento B2B e B2B2C é uma das grandes promessas da aceleração das telecomunicações, mas isso não foi cumprido até agora. Segundo 72,7% dos entrevistados, o crescimento no segmento B2B não atendeu às expectativas de sua organização nos anos anteriores. Em 2025, o segmento B2B representará, em média, menos de 25% do total de negócios, com uma grande disparidade de respostas que faz com que as projeções de crescimento apresentem variações.
É por isso que as expectativas para o futuro são moderadas, embora promissoras: quase 50% dos entrevistados projetam que 25% dos negócios atuais serão superados nos próximos 3 anos. Considerando os próximos cinco anos, a perspectiva melhora, com seis em cada dez entrevistados esperando alcançar até 40% do total.
Diante dessa previsão, muitas empresas de telecomunicações estão buscando diferentes tecnologias para alavancar suas vendas no mercado B2B: soluções de cibersegurança, IoT, setores verticais e data centers. Sua comercialização está ganhando relevância como uma alavanca na estratégia B2B (para 72,7% dos entrevistados), principalmente no âmbito que envolve parcerias com hyperscalers (em 63,6% dos casos); embora 27,3% das operadoras optem por comercializar seus data centers em um modelo que seja o mais autônomo possível, minimizando a dependência de terceiros.
Leia o relatório completo aqui: A ponte para o próximo ecossistema de telecomunicações. Desafios e prioridades | NTT DATA