Muitas vezes me perguntam: “E essa pessoa, ela é boa?”, e eu respondo “Boa em quê?”. Podemos ser bons em algumas coisas e não tão bons em outras. E isso significa que é um mau profissional?
Há talento em todos os lugares, em cada país, em cada organização, de cada etnia, de cada fé e em cada faixa etária, mas nem sempre conseguimos que uma pessoa em particular atinja seu potencial máximo. É como o Rubik do Talento, infinitas combinações possíveis para alcançar a resolução do enigma complexo, mas conhecendo o algoritmo, parece até simples. Para mim, ele se resume a 3 eixos de Talento: O poder de fazer, A vontade de fazer e a Motivação.
O poder de fazer
Para fazer seu trabalho, uma pessoa precisa ter as habilidades técnicas, o grau de conhecimento adequado para a tarefa, a experiência e a senioridade necessária para a responsabilidade designada. O conhecimento pode ser cultivado, treinado, enriquecido; a experiência e a senioridade vêm com anos de exposição à tarefa e ao mercado, e cada pessoa tem seu próprio tempo de amadurecimento e aquisição de senioridade, o que traz um nível mais alto de excelência na execução de seu trabalho.
Às vezes pedimos a nossas equipes que façam coisas para as quais elas têm que estudar, e isso é extremamente bom porque enriquece, evolui e reinventa talentos. Mas é necessário encontrar um equilíbrio entre a experiência que a tarefa exige e o esforço para conseguir cumprir com sucesso essas missões. "O poder de fazer" é o resultado da aplicação dos conhecimentos e ferramentas adquiridas, usando a capacidade intelectual de cada um e conseguindo executar a tarefa com sucesso. Se você conseguir, você pode fazer.
A vontade de fazer
Por diferentes razões, pessoais, ambientais, emocionais ou simplesmente organizacionais, nem sempre sentimos a vontade de fazer o que se espera de nós. É necessário colocar desejo, energia, senso comum e, sobretudo, paixão para que o resultado da missão seja um diferencial. Quando é preciso pensar muito ou precisa de muita gente para convencer alguém a enfrentar um determinado desafio, é provável que esta não seja a melhor decisão. Você tem que estar convencido de que este é o melhor caminho, e o caminho que você quer seguir. A vontade de fazer só depende de nós mesmos.
A motivação
Quanto aos líderes, eles devem conhecer suas equipes, saber o que estão procurando, quais são suas ambições, qual é seu contexto, o que os move, o que os inspira, e essa é a receita para a motivação. Os motivadores mudam com o tempo, assim como as prioridades na vida mudam, e nós líderes só conseguiremos inspirar nossas equipes se conhecermos todos e a cada um deles individualmente. O líder inspira, mas é você mesmo quem se motiva para avançar em sua carreira, para se superar e para deixar sua marca.
Várias vezes avalio onde estou na escala de "o poder de fazer, a vontade de fazer e a motivação", e a resposta é que o ponto de interseção flutua. Há momentos em que sinto que não posso, mas eu quero e tenho a motivação. Outras vezes eu posso e quero, mas não estou motivado. Isso é normal, cada dia é diferente, há dias em que temos mais dúvidas, há dias em que vemos tudo mais claramente.
Isto é algo que pode claramente acontecer com o talento em nossas organizações, e é por isso que os líderes devem assumir a responsabilidade de ajudar nossa equipe a se sentir cada vez mais capacitada, com vontade de fazer coisas novas e motivada em um ambiente de colaboração e apoio.
Vamos inspirar o talento a querer fazer, para que os serviços intencionais contribuam para uma sociedade cada vez mais sustentável. Quando nos perguntarem "esta pessoa é boa?", parte da resposta está nas decisões que nós, como líderes, tomamos com nossas equipes. Nós somos um dos responsáveis por garantir que a resposta seja SIM.