Em novembro de 2022, o ChatGPT marcou uma nova fase na história: a inteligência artificial generativa revelou ao grande público o que pode fazer e deixou a sensação de que, mais cedo ou mais tarde, tudo o que fizermos será impactado por essa tecnologia.
Diante de tal novidade, as reações foram variadas. De um lado, estão aqueles que acreditam que se trata de um elemento mágico que resolverá todos os problemas. Do outro, estão aqueles que acreditam que a mudança não será tão importante, algo que parece não ter lógica, assim como negar o poder transformador da Internet há 25 anos. A realidade parece, como sempre, buscar seu próprio equilíbrio: a IA não dominará o mundo e não será uma moda passageira.
De fato, além das nuances, está ficando cada vez mais claro que a maneira como trabalhamos, nos comunicamos, estudamos, nos divertimos e vivemos nosso dia a dia está prestes a mudar. Portanto, é importante nos perguntarmos sobre como devemos reagir a curto prazo e como planejar a médio e longo prazo.
A primeira providência é conhecer melhor a tecnologia: fazer um treinamento, entender seu alcance e suas limitações e gerar expectativas razoáveis sobre o que é possível ou não fazer. Questionar-se sobre todas essas coisas é uma maneira saudável de desmistificar esse período de incerteza e se preparar melhor para o que está por vir. Os líderes das organizações devem garantir que todos os membros de sua equipe recebam o treinamento adequado.
A importância da perspectiva humana
Em relação ao médio e longo prazo, em princípio, devemos considerar que uma parte significativa das atividades que hoje realizamos manualmente será automatizada e outra parte continuará a ser realizada por humanos, mas com o suporte e a participação da IA, que passará a fazer parte da equipe.
Isso nos leva a repensar sobre o valor humano agregado que aportamos a cada uma das atividades que realizamos: compreender problemas, desenvolver empatia, moderar questões éticas e de responsabilidade e idealizar soluções. Por exemplo, os modelos de linguagem não possuem a capacidade autônoma de tomar decisões éticas ou morais, nem garantem, no momento, 100% de exatidão e precisão nas respostas. Por isso, a perspectiva humana continua sendo indispensável.
Além disso, a IA generativa não deve ser vista como uma tecnologia isolada. Sua tendência é ser incorporada em todos os processos, em todas as funções e em todas as ferramentas. No mundo das organizações, as opções se resumirão a duas: as que conseguirão capitalizar seu grande potencial e as que, se não o fizerem, serão inexoravelmente deixadas de fora do mercado.
O impacto da IA generativa em todos os aspectos da vida será gigantesco. É nossa responsabilidade estarmos bem-preparados para o dia que isso acontecer.