O paradoxo da tecnologia como forma de suprir a escassez de talentos na área de TI | NTT DATA

qua, 24 maio 2023

O paradoxo da tecnologia como forma de suprir a escassez de talentos na área de TI

A transformação digital e o desenvolvimento contínuo baseado em inovação tornaram-se fatores indispensáveis para a sobrevivência e a competitividade das empresas em todos os setores econômicos. Isso não afeta apenas um departamento ou área de uma organização, mas significa que toda a empresa tem o desafio contínuo de aumentar o valor fornecido ao cliente e ao mercado com o menor custo possível, e é nesse ponto que a tecnologia desempenha um papel fundamental.

Para atender essa demanda exacerbada por tecnologia, precisamos de grandes quantidades de talentos na área de TI (Tecnologia da Informação), talentos esses que não existem e não podem ser criados com os sistemas educacionais atuais. Atualmente, as necessidades da sociedade digitalizada avançam em um ritmo tão rápido que os institutos e centros de ensino não são capazes de administrá-las, ou seja, não conseguem acompanhar esse avanço exponencial. Todos os diferentes players do setor, incluindo as instituições de ensino, focam em cursos, treinamento profissional, convênios, mestrados, treinamentos combinados, entre outros, mas, sem dúvida, ainda não são suficientes.

Por isso, um dos principais desafios do setor de TI é a escassez de talentos com perfis exclusivamente tecnológicos. Além de possuir uma taxa de desemprego acima de 8,6% no Brasil e com salários baixos em compração à Europa e EUA, ainda enfrentamos uma enorme demanda por talentos. E isso, evidentemente, pode ser um ônus para a construção de uma economia competitiva e baseada na inovação.

Como podemos ser uma sociedade digitalizada se não houver um número suficiente de profissionais de TI? Os dados são desanimadores. A DigitalES, associação de empresas de tecnologia, destaca que o déficit de especialistas em TIC aumentou rapidamente nos últimos dois anos e, atualmente, a Espanha apresenta mais de 120.000 vagas não preenchidas no setor de tecnologia.

Ao analisarmos detalhadamente a questão de escassez de talentos em TI, devemos estruturar os diferentes perfis e priorizá-los de acordo com o valor agregado e a demanda identificada. O desenvolvimento de software e aplicativos e sua manutenção é um dos maiores subsetores da área de TI e, portanto, onde devemos dar maior ênfase.

Além das iniciativas que podem ser implementadas no sistema educacional para o desenvolvimento de talentos com determinadas habilidades, as quais serão onerosas em termos de tempo e dinheiro, é possível identificar outra alavanca que, embora pareça paradoxal, pode ser oferecida pela própria tecnologia.

Graças ao low-code, é possível continuar avançando em soluções tecnológicas, pois essas ferramentas permitem que o desenvolvimento manual de códigos seja reduzido ao mínimo, de modo que uma pessoa com conhecimentos básicos de desenvolvedor possa criar software e aumentar a produtividade, ou seja, em uma visão mais extrema, o no-code permite que uma pessoa sem formação em tecnologia consiga desenvolver uma solução. Em outras palavras, um empresário, com pouca ou nenhuma formação em tecnologia, mas com conhecimento das necessidades da empresa, pode realizar grande parte do processo de criação de software.

Por esse motivo, reforçamos e melhoramos as ferramentas que fornecem habilidades para tarefas que até agora só podiam ser realizadas por engenheiros. Dessa forma, conseguiremos superar o problema de escassez de talentos em TIC para a transformação digital e até mesmo permitir uma transição muito mais suave e natural de pessoas com perfis de baixa empregabilidade para talentos digitais com capacidade de participar do processo produtivo do setor.

Constatamos que, graças a essas ferramentas e a outras soluções, como automação, inteligência artificial e machine learning, permitimos que os profissionais - com ou sem formação em tecnologia - aumentem sua produtividade, assim como sua motivação, já que não precisam mais realizar tarefas repetitivas ou de baixo impacto. Isso é conhecido como Augmented Employee (Funcionário Aumentado, em tradução livre), um conceito criado recentemente para impulsionar as habilidades e a produtividade de nossos talentos com todos os tipos de ferramentas inovadoras.

No entanto, em nenhuma circunstância devemos pensar que os perfis tecnológicos "mais puros", aqueles com uma ampla formação tecnológica, não são necessários. De fato, esses perfis são tão vitais quanto antes, talvez até mais. Não temos a capacidade - nem seria inteligente ou operacionalmente viável - de entregar todos os nossos desenvolvimentos tecnológicos a pessoas sem um perfil tecnológico definido. Precisamos do conhecimento e da experiência dessas pessoas para garantir o sucesso dos projetos que nos permitem avançar em uma sociedade competitiva, inovadora e digital.

É possível que agora - e nos próximos anos - o low-code e o no-code se tornem uma solução única para um setor de TI que enfrenta uma demanda agressiva e um avanço lento na geração de novos perfis. Essa solução nos ajudará a continuar avançando com “augmented employees”, mais motivados e concentrados onde podem realmente agregar valor e fazer a diferença. Atualmente, esse é o único caminho. E, paradoxalmente, para lidar com a escassez de profissionais treinados em tecnologia, a própria tecnologia poderá ser a única opção viável.


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