Quando o assunto é acessibilidade, logo pensamos em barreiras de acesso como: vias públicas, edifícios e/ou transportes coletivos. Apesar de observarmos uma preocupação constante da arquitetura e urbanismo nos últimos anos em fazer adequações em espaços internos e externos, é importante pensarmos em acessibilidade para além de barreiras arquitetônicas. As organizações precisam estar acessíveis em diferentes proporções: não somente em espaços físicos, mas também em espaços virtuais.
Estamos vivendo a era digital e é preciso que cada vez mais a acessibilidade seja implementada corretamente para que todas as pessoas possam usufruir da tecnologia com autonomia. Hoje, por meio da internet podemos trabalhar, estudar, ler notícias, comprar etc. É cada vez maior o número de coisas que fazemos conectados. Mas será que os sites, portais e aplicativos oferecem acessibilidade a todas as pessoas?
Infelizmente, os meios digitais não têm correspondido às expectativas e necessidades de todos os possíveis consumidores de conteúdo na web. Segundo a ONU, o acesso à internet é um direito humano do século XXI.
ONU afirma que acesso à Internet é direito e necessidade da humanidade – 05 de JUL de 2012 Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/07/onu-afirma-que-acesso-internet-e-direito-e-necessidade-da-humanidade.html>
Reforçando assim o artigo 63 da Lei Nº 13146 (Lei brasileira de inclusão) que diz que o acesso à informação é um direito garantido a toda pessoa com deficiência. Ainda nesse contexto, é importante ressaltar que a população brasileira está envelhecendo. A projeção é que em 2060 um quarto da população terá mais de 65 anos.
IBGE Projeção da População Brasileira – 20 de OUT de 2021
Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html>. Diante disso devemos pensar em acessibilidade também para pessoas com mobilidade reduzida como os idosos, obesos, grávidas ou aquelas que, seja por uma circunstância temporária ou permanente, tenham a coordenação motora ou os meios sensoriais comprometidos.
Apesar de terem limitações diferentes, muitas dessas pessoas compartilham da necessidade de que a acessibilidade digital seja fundamental nos espaços virtuais, seja para ler notícias importantes que tenha contraste suficiente entre o texto e o background, identificar campos para preencher formulário ou clicar em links ou botões para efetuar uma compra. Acessibilidade digital é ter a possibilidade de navegar e interagir na web sem precisar pedir auxílio de outra pessoa.
Em 2020, foi realizada uma pesquisa pela BigDataCorp, em parceria com o Movimento Web para Todos que mostrou que no Brasil apenas cerca de 1% dos sites estavam acessíveis. Na época foram analisados 14,65 milhões de sites e somente 0,74% do total tiveram sucesso nos testes de acessibilidade. Já em 2021, os pesquisadores avaliaram 16,89 milhões de sites e identificaram que somente 0,89% foram bem-sucedidos nos testes aplicados. BigData Corp. Estudo Acessibilidade na web brasileira - 26 de JUL de 2021.
Disponível em: <https://bigdatacorp.com.br/estudo-acessibilidade-em-sites-e-apps-brasileiros-ed-2021/>
Os sites mais impactados são os mantidos pelos órgãos públicos, empresas de maior faturamento e os de e-commerces mais visitados. Ou seja, cerca de 25% da população brasileira não consegue consumir conteúdo na web por falta de acessibilidade, e mesmo com a crescente o número de sites acessíveis está longe de ser o suficiente.
Hoje há uma conscientização maior sobre o tema, e pouco a pouco empresas começam a perceber que faz sentido economicamente investir em suas equipes para adequar sites e torná-los acessíveis, afinal: ter acessibilidade em seu site fortalece a marca e agrega valores, além de vantagens como ampliação e diversificação de visitantes, fidelização de usuários, compatibilidade com todos os sistemas, bem como dispositivos de navegadores e visibilidade em buscadores como google e outros. A partir disso, a acessibilidade passa a ser pensada como uma via de mão dupla: as organizações disponibilizam conteúdo web com acessibilidade e a partir disso um novo público passa a consumi-lo.
Mas afinal, fazer um site acessível é muito difícil?
E a resposta é simples. Quando há planejamento, vontade e empatia tudo se torna fácil, e assim também mais acessível. Entretanto, é importante reforçar que recomenda-se que a acessibilidade seja implementada desde o início do desenvolvimento do projeto. De forma que os desenvolvedores sigam os critérios de acessibilidade descritos na WCAG (Diretrizes de acessibilidade para conteúdo Web, em português). Esse documento orientador possui dicas básicas de como definir componentes com sua semântica correta, ou tornar todo o conteúdo acessível através do teclado, por exemplo.
Sendo assim, torna-se cada vez mais necessário aprender e priorizar a acessibilidade digital, desmistificando o conceito que cerca a acessibilidade na ideia de que ela está para auxiliar apenas pessoas com deficiência. Estamos falando de tornar o ambiente digital mais acessível a todas as pessoas, sem exclusão.
Aqui na NTT Data por exemplo, além de termos a área de qualidade com uma equipe de teste formada por 50% dos especialistas com algum tipo de deficiência dedicados a levar acessibilidade digital para milhões de brasileiros, tomamos atitudes que fazem com que nossos analistas tenham maior nível de equidade desde seu ingresso aqui conosco.
Computadores e celulares já chegam nas mãos do nosso time com os leitores de telas instalados, o que facilita bastante a produtividade e a sensação de pertencimento por parte dos colaboradores. Também possuímos um prédio novinho e bem adaptado para que pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida façam uso pleno de nossas instalações.
E aí, gostou do conteúdo e quer saber mais sobre o assunto? Então vem ouvir nosso podcast, que você fica com bastante informação vinda de uma galera que é fera no assunto e não se espantem, mas, essa turma fala disso com muita paixão, então, prepare-se para se contagiar!