No mundo acelerado da tecnologia, é fundamental ter ferramentas que nos permitam medir o progresso e a viabilidade das inovações. Ter uma forma estruturada de avaliar as fases de desenvolvimento e preparação de uma tecnologia não só nos ajuda na gestão de riscos e recursos, mas também ajuda a estabelecer uma comunicação transparente entre as equipes e com os investidores.
A primeira vez que ouvi falar sobre os Níveis de Maturidade Tecnológica (TRL - Technology Readiness Levels) foi em uma aula com o professor doutor Alfonso Cruz Novoa no curso de mestrado em Inovação na Pontifícia Universidade Católica do Chile (#magistereninnovaciónuc). Sua explicação me ajudou a entender a importância de medir o progresso das tecnologias em desenvolvimento.
Um pouco de história:
Os TRLs foram originalmente desenvolvidos pela NASA na década de 1970 para avaliar o nível de preparação tecnológica de seus sistemas e componentes antes de integrá-los às missões espaciais. Essa escala de 9 níveis fornece uma estrutura bem definida para avaliar o estado de uma tecnologia desde sua fase inicial de pesquisa até sua implementação em ambientes operacionais.
Níveis de Maturidade Tecnológica (TRLs)
TRL 1-3: Pesquisa básica e testes iniciais.
Exemplo: descoberta de princípios científicos básico e desenvolvimento de conceitos iniciais de tecnologia.
TRL 4-6: Desenvolvimento e validação em ambientes simulados.
Exemplo: prototipagem e validação em laboratório sob condições controladas.
TRL 7-9: Demonstração e implantação em condições reais.
Exemplo: teste operacional e implantação comercial em um ambiente operacional real.
Não foi difícil relacionar a explicação do professor Cruz sobre os TRLs à minha primeira conversa com Roberto Celestino Pereira, Head de Inovação Tecnológica em Computação Espacial da NTT DATA Brasil. Durante nossa conversa, enquanto ele me mostrava como organizava seu backlog de trabalho, contou-me sobre os Níveis de Preparação para a Inovação (IRL - Innovation Readiness Levels).
Um pouco de história:
Os IRLs foram desenvolvidos pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos para complementar os TRLs, fornecendo uma estrutura que avalia aspectos como gestão de projetos, financiamento e aceitação do mercado. Esses níveis oferecem uma visão abrangente da preparação de uma inovação para a comercialização.
Níveis de Preparação para a Inovação (IRLs):
IRL 1-3: Conceitualização e planejamento inicial.
Exemplo: Identificação de uma necessidade de mercado e desenvolvimento de uma ideia inicial.
IRL 4-6: Desenvolvimento do modelo de negócios e teste de mercado.
Exemplo: criação de protótipos e validação da proposta de valor com clientes potenciais.
IRL 7-9: Comercialização e escalabilidade.
Exemplo: Lançamento do produto no mercado e expansão para novos mercados geográficos ou segmentos de clientes.
Por que são importantes?
Compreender e utilizar TRLs e IRLs permite que empresas e organizações gerenciem de forma mais eficaz o desenvolvimento e a comercialização de novas tecnologias. Eles facilitam a identificação de riscos e o planejamento estratégico, assim como favorecem a atração de investidores. Essas estruturas metodológicas são essenciais para garantir o equilíbrio de nosso portfólio de inovação entre as equipes de Inovação Tecnológica da NTT DATA, assegurando que as nossas iniciativas avancem de forma ordenada e eficiente, desde a concepção até a implementação.
Conclusão:
O uso de um framework que permita equilibrar seu portfólio é essencial para qualquer profissional envolvido em inovação tecnológica. Essas ferramentas não apenas facilitam o planejamento estratégico, mas também ajudam a conectar nossas inovações aos desafios de nossos clientes. Na NTT DATA, essas estruturas nos permitem balancear nosso portfólio de inovação, gerenciando de forma otimizada nossos recursos e esforços para maximizar o impacto de nossas soluções tecnológicas.