Chaves para promover o hidrogênio verde na América Latina | NTT DATA

09 12 2022 - 6.01

Chaves para promover o hidrogênio verde na América Latina

Contexto hidrogênio

O hidrogênio verde tem potencial para se consolidar como um dos vetores energéticos do futuro: é uma tecnologia limpa, com possibilidade de armazenamento e transporte, que pode ser produzida a partir de recursos renováveis como o vento ou a luz solar e pode desempenhar um papel fundamental na descarbonização da economia e na transição energética. No entanto, ainda existem algumas barreiras significativas para que a América Latina possa capitalizar esses benefícios.

 

Um dos principais obstáculos hoje é o preço. O hidrogênio verde, ou seja, aquele que é obtido a partir de energias limpas, tem um custo de produção por quilograma na América Latina 3 vezes superior ao do hidrogênio cinza, que é produzido por meio da reforma dos combustíveis fósseis, especialmente o gás.

 

Os passos mais importantes para a redução de custos são:

  1. Que a tecnologia ganhe economias de escala: que sejam construídas usinas de renováveis maiores para reduzir o custo da energia elétrica.
  2. Que o preço dos eletrolisadores diminua, tendência que já está ocorrendo, a ponto de se estimar que até 2050 eles caiam para um terço de seu valor atual.
  3. Que o fator de laborar seja aumentado por meio de estratégias de hibridação.

 

Para a viabilidade econômica do hidrogênio, também é importante a existência de mercados de crédito de carbono com preços relevantes, que estimulem o uso de tecnologias verdes em contraparte às poluentes.

 

Para que tudo isso aconteça, é essencial que sejam desenvolvidas políticas e regulamentos que permitam a implantação do hidrogênio verde, que os subsídios ainda existentes nos países da região e que beneficiam combustíveis poluentes sejam reduzidos e que o conhecimento técnico local em hidrogênio verde e na ampliação das energias renováveis comece a ser otimizado.

 

A oportunidade de negócios do hidrogênio e seus derivados

 

O hidrogênio pode ser transformado em diferentes produtos derivados. Entre eles, estão meios energéticos sintéticos baseados no hidrogênio e produtos químicos básicos, como o metanol, a amônia e os combustíveis sintéticos (também chamados e-combustíveis ou e-fuels).

 

Por meio desses derivados, o hidrogênio verde poderia ser usado como insumo para a produção de aço verde, a amônia verde para fertilizantes e os e-fuels para a descarbonização do transporte. O hidrogênio também apresenta uma boa oportunidade para a descarbonização das indústrias que precisam de processos com altas temperaturas e para armazenamento sazonal no setor elétrico, que, na América Latina, depende fundamentalmente da energia hidrelétrica, e onde poderia desempenhar um papel de armazenamento sazonal na transição das estações chuvosas para as secas.

 

O papel da região

A oportunidade para a América Latina vem de 2 áreas. Em primeiro lugar, o consumo interno de H2 nos diferentes países da América Latina, onde a demanda é atualmente de 4 milhões de toneladas de H2, sendo esperado um crescimento potencial para 30 milhões de toneladas de acordo com as previsões dos roteiros de diferentes países para contribuir com a descarbonização das respectivas matrizes energéticas.

Em segundo lugar, a LATAM pode criar um hub de hidrogênio de exportação nos pontos de menor custo de produção, graças ao grande potencial dos recursos naturais presentes na região. As necessidades de exportação variam entre 10% e 85% dependendo das diferentes geografias. Mas, no cenário atual, a prioridade poderia ser dada ao Japão e à Coréia, onde há uma grande necessidade de H2 para enfrentar a descarbonização da indústria, e à Europa, que, com o contexto geopolítico da guerra na Ucrânia, apresentou o ambicioso plano REPowerEU, que prevê produzir 10 milhões de toneladas na Europa e importar mais 10 milhões de toneladas de H2 renovável até 2030, o que significa um total aproximado de 160 GW de novos eletrolisadores para a produção de H2 verde.

 

Portanto, o potencial é enorme: a América Latina pode criar uma economia em torno do hidrogênio verde e se posicionar como um elemento-chave no panorama global dessa nova tecnologia.


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